A natureza do poder no reino hispano-visigodo de Toledo: a prática e as perspectivas político-institucionais (séculos VI – VII)
Resumo:
O reino hispano-visigodo de Toledo (séculos VI-VII) é considerado pelos especialistas como a monarquia romanobárbara que mais preservou os elementos políticos e institucionais da anterior tradição política imperial romana. Contudo, devemos recordar que determinadas concepções teóricas, como aquela que colocava o rex gothorum como autêntico primus super pares dentro do ambiente sociopolítico do reino hispano-visigodo, nem sempre refletiam-se nas atitudes práticas descritas pelas fontes manuscritas e que revelam-nos uma disputa acirrada entre os segmentos aristocráticos e a realeza. No presente estudo buscaremos analisar como tal dicotomia serve como ponto de partida para entendermos que as instituições hispano-visigodas existiam de facto, mas sua ação esbarrava na difícil convivência entre os vários grupos aristocráticos que acabaram por promover o enfraquecimento do poder régio hispano-visigodo.